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Cachoeira

Videoinstalação, 2011

 

Visitei Cachoeira do Sul pela primeira vez aos cinco anos. Acabavam de inaugurar ali as “águas dançantes”, e minha avó me levou até lá, de trem, para vê-las. 

 

Convidada por Aracy Amaral, curadora de Além-fronteiras, na 8a Bienal do Mercosul, a viajar pelo Rio Grande do Sul na preparação de um projeto, voltei àquela cidade para rever as fontes luminosas.

 

Haviam passado quarenta anos desde minha única visita, e tudo continuava lá: os cobogós, a escultura com degraus coloridos de acendendo, as paredes curvas e as águas, lá escassas, dançando para um lado e para o outro. 

 

Quando Bugre, o técnico responsável, me levou para conhecer as instalações de onde operava as “Águas”, e abriu uma porta no velho piso de madeira, eu pude entender como tudo sempre havia funcionado: descendo por uma pequena escada, ele acessava dezenas de registros de água e, dali, apenas guiado pela trilha sonora, executava sua coreografia semanal, movendo os registros. Seu colega Pelé monitorava as luzes num pequeno painel com lâmpadas coloridas.

 

Soube, então, que faria Cachoeira; desenhamos juntos uma nova sequência de movimentos e cores e, em duas noites, gravei as imagens para as três projeções simultâneas, ao som de Chuá-Chuá (com Cascatinha e Inhana), música usada há anos como trilha do espetáculo.

2011

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